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Bem estar e saúde mental
Voltar16/09/2024
A jardinagem pode ser uma boa alternativa para a nossa saúde mental! Um estudo da Universidade de Princeton comprovou benefícios para a sensação de felicidade em 370 moradores de Minneapolis - St. Paul, nos Estados Unidos, analisados por meio de aplicativos de celular com diversas atividades como andar de bicicleta, fazer caminhada ou comer fora.
A jardinagem em casa estava entre as cinco primeiras posições no ranking de atividades consideradas significativas para a sensação de felicidade. A amostragem identificou que as pessoas que mantinham hortas em casa relataram um nível mais alto de bem-estar emocional médio comparado àquelas que não tinham.
O estudo comprova uma crescente tendência dos consultórios médicos: a indicação de hortas, jardins e cultivo de plantas em geral por profissionais da área de saúde. A chamada hortoterapia tem sido uma aliada em diversos tratamentos, uma vez que ajuda no combate à ansiedade, como explica a psicóloga Monique Färber (@psi_moniquefarber) - CRP 08/12 651:
“Se analisarmos que a ansiedade é a preocupação excessiva com o futuro, do pensamento acelerado nas coisas que ainda estão por vir e nas cobranças daquilo que ainda não aconteceu, o cuidado com as plantas auxilia muito, pois é necessário lidar com a realização do instante de forma positiva. A jardinagem como hobby faz com que o pensamento esteja focado onde as mãos estão, direcionando a mente para o presente. Na jardinagem é preciso prestar atenção onde colocar a plantinha para crescer melhor, escolher esse lugar, pensar na questão do sol e ter esse senso de responsabilidade. Isso traz uma série de benefícios, já que é uma atitude integradora. O estresse muitas vezes é fazer algo querendo estar em outro lugar. Então, quando nós conseguimos pensar, sentir e agir de uma forma coerente, nós temos saúde mental.”
Esse tipo de hobby tem sido utilizado de maneira preventiva também em políticas públicas, uma vez que há muitos relatos de que são realmente efetivos. Um grupo de pesquisadoras da USP desenvolveu um estudo qualitativo a respeito das experiências em hortas comunitárias em São Paulo, no qual mostraram benefícios práticos da atividade nesse tipo de horta. Entre os resultados estão a elevação da autoestima e do autocuidado, relatos de melhoria nas condições de saúde mental, revisão de valores em relação à alimentação e uma nova percepção sobre a saúde.
Em alguns países existem ONGs que trabalham com o incentivo de implementações de terapia horticultural, como a inglesa “Sow The City”, em Manchester. Junto com o Cornbrook Medical Pratical, foi um dos primeiros escritórios médicos a recomendar hortaliças para o tratamento de depressão. A ONG trabalha em parceria com os médicos e auxilia na recomendação de quais plantas é possível o paciente cuidar, bem como propõe treinamentos de jardinagem. Além de Manchester, outros lugares já possuem tratamentos parecidos. Como o Sydenham Garden, em Londres, um local repleto de jardins que oferece atividades para quem está se recuperando de problemas de saúde mental e física
O conceito de ecoterapia, que defende que aumentar a frequência de atividades ao ar livre e com a natureza traz benefícios à saúde, tem sido cada vez mais difundido. Nos Estados Unidos, a “Associação Americana de terapia Hortícola” também tem incentivado a criação de jardins terapêuticos nos quais diversos tipos de pacientes fazem atividades centralizadas em sua recuperação.
Isso porque, conforme explica Monique, estar em contato fisicamente com a natureza nos traz o entendimento mais forte sobre a realidade. “Quando nós seres humanos migramos para as cidades, esquecemos que também somos orgânicos. E, no dia a dia em contato apenas com máquinas, o digital, etc, perdemos um pouco a noção de que fazemos parte da natureza. As plantas, árvores e flores nos trazem a noção do ciclo da vida e de que também participamos dela. Assim como a natureza, não produzimos nem somos férteis ou frutíferos nos 12 meses do ano. Temos os nossos invernos emocionais, temos dias de tempestade e dias de florir. Algo que acontece também quando conseguimos compreender que não podemos ser tão exigentes conosco. Entender a natureza é também entender aceitar e respeitar os ciclos, inclusive de morte (seja ela simbólica ou não). O plantio nos faz entender que o tempo pode progredir os nossos processos assim como a semente na terra”, explica.
Já vimos que cultivar um jardim, horta ou até pequenos vasos com plantas pode trazer uma série de vantagens para a nossa saúde mental. Abaixo, listamos algumas:
Ajuda a aliviar o estresse
Focar num plantio auxilia na percepção do momento, diminuindo a ansiedade e influenciando positivamente na saúde mental. Além disso, a necessidade de lembrar dos requisitos de irrigação e outras tarefas associadas às plantas sugere uma nova mentalidade.
Dá uma forcinha no aumento de Vitamina D
Para cuidar das plantinhas muitas vezes ficamos expostos à luz solar e por isso nossos níveis de cálcio aumentam, o que é benéfico para os ossos e o sistema imunológico. Só não esqueça do protetor solar e dos óculos para proteger-se!
Aumento nas conexões sociais
Seja para compartilhar dicas de horta, sobre adubos, flores ou até mesmo para conversar sobre recomendações em lojas especializadas, quem lida com um jardim gosta de compartilhar e a comunidade envolvida nesse segmento é muito unida.
Melhora na autoestima e saúde mental
Ver o resultado do amadurecimento em plantas saudáveis produz um sentimento muito positivo de orgulho e realização. E, se compartilhado com amigos e familiares, tende a ser um momento muito promissor.
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